Conheça algumas das doenças e complicações do diabetes na pele

Você sabia que os diabéticos podem sofrer alterações cutâneas leves a severas durante a vida? Elas podem ser detectadas em 1/3 dos pacientes ao longo do curso da doença. Essas alterações podem ser secundárias aos próprios efeitos da hiperglicemia na pele ou aos efeitos dos tratamentos instituídos. Além disso, algumas dermatoses precedem o diagnóstico de diabetes, sendo sinais de alerta valiosos.

1 – PRURIDO | O prurido generalizado é uma manifestação muito comum (podendo, inclusive, ser a primeira manifestação do diabetes) geralmente associada à xerose cutânea e alterando definitivamente a qualidade de vida dos diabéticos. O prurido localizado também é visto, principalmente em mulheres com controle glicêmico inadequado, preferencialmente nas regiões genitais e perianais. Nesses casos, atenção especial à co-infecção fúngica deve ser dada. O tratamento inclui controle do diabetes, orientações de banho, uso de sabonetes especiais e cremes hidratantes. Além disso outros tratamentos associados podem ser necessários.

2 – NECROBIOSE LIPOÍDICA | Uma doença crônica que inicia como pápulas e evoluem para placas. Acomete mais mulheres e predomina na região anterior dos membros inferiores, simetricamente. Sua causa permanece desconhecida, causa manchas semelhantes à da dermatopatia diabética, mas são maiores, mais profundas e em menor quantidade.

3 – VITILIGO | Doença de etiologia imune onde existem áreas com perda de pigmentação da pele, geralmente simétricas. A prevalência da doença é de 2-10% nos pacientes com diabetes do tipo 1, com curso progressivo e acometendo principalmente face, extremidades e tronco. Existem diversas opções de tratamento para o vitiligo, a maioria insatisfatória.

4 – UNHAS AMARELAS | O amarelamento das unhas pode ser visto em 40% dos diabéticos. A causa é atribuída a glicação não-enzimática ou a outros fatores como infeção fúngica ou psoríase coexistente.

5- DERMOPATIA DIABÉTICA | Considerada o marcador cutâneo mais comum no diabético (40%), com causa desconhecida e provavelmente relacionada à microangiopatia associada a trauma físico. Mais observada em homens com diabetes de longa data, as lesões são áreas arredondadas acastanhadas deprimidas, irregulares e assintomáticas especialmente localizada na perna (pré-tibial), surgindo em surtos. A presença da dermopatia é sinal de complicações do diabetes como nefropatia, neuropatia, retinopatia e doença coronariana. O diagnóstico é clínico e a biópsia de pele. Não existe tratamento para as lesões cutâneas, que são assintomáticas e podem ir clareando ao longo dos anos.

6 – ÚLCERAS DIABÉTICAS | Ocorrem em 15-25% dos diabéticos e deve ser prevenida pois pode levar a osteomielite e amputações. As causas das úlceras diabéticas incluem: espessamento cutâneo (inclusive com formação de calosidades), diminuição da mobilidade articular do pé e distribuição inadequada das pressões sobre a pele (principalmente na região plantar), além da angiopatia e neuropatia. Esses últimos favorecem a diminuição da sensibilidade local e leva ao surgimento de traumas repetidos e uma dificuldade de cicatrização. O tratamento é multidisciplinar: uso de calçados ortopédicos, instrução sobre inspeção dos pés, tratamento dos calos bem como das úlceras que se instalarem.

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